São argumentos para o Foco Investigativo do TCC, falar da Educação Infantil de 0 a 6 anos e especificamente das aprendizagens das crianças de 3 anos do estágio na Escola Montessoriana. Elementos de investigação teórica nas Interdisciplinas já cursadas. No Eixo III na Disciplina Ludicidade e Educação lêem-se sobre a psicologia do jogo que aborda o ponto de vista sobre a brincadeira infantil de teorias psicológicas.
O que diz a teoria de Piaget sobre o brincar?
Piaget considerava que toda a ação infantil, em seu estágio inicial, consiste em jogo, apenas excetuando as atividades de nutrição e algumas reações emocionais, como a raiva. Segundo as concepções de Piaget (1945/1971), não é possível traçar uma fronteira natural entre o que é jogo ou não.
Piaget (1945/1971) classifica os jogos que a criança apresenta em três tipos: jogos de exercício, jogos simbólicos e jogos de regras (conforme Tabela 2). Os jogos de exercícios são os primeiros a aparecer e predominam nos dois primeiros anos de vida. São exercícios lúdicos que correspondem a uma espécie de simples funcionamento por prazer. Com o desenvolvimento, a freqüência destes jogos diminui e aparecerão os jogos dos outros tipos. Os jogos simbólicos são brincadeiras em que um objeto qualquer representa um objeto ausente. Por exemplo, uma criança que brinca de automóvel deslocando uma caixa está representando simbolicamente o automóvel pela caixa. Tal acontecimento só ocorre a partir dos dois anos de idade, quando a criança já está no estágio pré-operacional.
Ainda para Piaget, os jogos de regras consistem em combinações sensório–motoras ou intelectuais e são reguladas, quer por um código transmitido de geração a geração, quer por acordos momentâneos. Este é um jogo característico do indivíduo socializado.
Outra teoria de fundamental importância para a Psicologia do Jogo é a Psicanalítica, que tem como principal teórico Sigmund Freud.
Freud (1908/1969) já destacava, no início do século passado, a importância da brincadeira no desenvolvimento infantil. Para ele, as ocupações favoritas e mais intensas da criança eram os brinquedos ou os jogos. Freud salientou que ao brincar toda criança se comporta como um escritor criativo, pois cria um mundo próprio, ou melhor, reajusta os elementos de seu mundo de uma nova forma que lhe agrade. Porém, não há a idéia de que a criança não leva esse mundo a sério. Ao contrário, Freud destaca que a criança leva muito a sério a sua brincadeira e despende na mesma muita emoção. Assim, ele propõe a idéia de que a antítese de brincar não é o que é sério, mas o que é real. “Apesar de toda a emoção com que a criança catexiza seu mundo de brinquedo, ela o distingue perfeitamente da realidade, e gosta de ligar seus objetos e situações imaginados às coisas visíveis e tangíveis do mundo real. Essa conexão é tudo o que diferencia o brincar infantil do fantasiar.” (pp. 149-150)
Para a teoria psicanalítica, a brincadeira proporciona a elaboração de materiais experienciados pela criança, que vem buscando o princípio do prazer.
Segundo Freud (1931/1969), o brinquedo e o brincar são os melhores representantes psíquicos dos processos interiores das crianças.
Referências:
Cerqueira-Santos, Elder (2004). Um estudo sobre a brincadeira entre crianças em situação de rua. Dissertação de Mestrado - PPG em Psicologia do Desenvolvimento, UFRGS.
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Um comentário:
Olá Magdalena!
Que bom encontrar na Interdisciplina do eixo III referências para o seu TCC.
Abraços,
Geny
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