Alfabetização de Adultos

Pensar e re-pensar a prática de alfabetização como quem está sempre diante de uma novidade.
Para Paulo Freire a alfabetização de adultos é um ato político e um ato de conhecimento, por isso mesmo um ato criador. Enquanto ato de conhecimento e ato criador, o processo da alfabetização tem no alfabetizando o seu sujeito. Como explicar essa formação de Freire. O exemplo citado por ele é simples mas muito prático. Escrever caneta. O analfabeto é capaz de perceber, de sentir uma caneta, de dizer caneta, o que lhe falta somente é escrever caneta e consequentemente de ler caneta. "A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral".
Aprendizagem é um processo vivencial, não apenal intelectual, e que o universo de experiências de quem aprende, seja uma criança, um jovem ou um adulto, deve ser a fonte de significado para o que é ensinado/aprendido e para a responsabilidade a ser assumida pelo seu uso.
Referências: Freire, Paulo, A Importância do ato de Ler -São Paulo: autores associados: Cortez, 1988.

A leitura do mundo...

Considerando a alfabetização um processo que deve ao mesmo tempo resgatar e recriar a experiência vivida pelo alfabetizando, Paulo Freire teoriza e pratica uma alfabetização crítica e libertadora.
A leitura do mundo precede a leitura da palavra nos diz Paulo Freire em sua teoria.
A alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Implica uma autoformação da qual pode resultar uma postura atuante do homem sobre seu contexto.
Somente assim a alfabetização de adultos tem significado para o desenvolvimento: na medida em que faz do próprio esforço de progresso objeto da reflexão do analfabeto.
FREIRE, Paulo, 1921-Alfabetização: leitura da palavra leitura do mundo / Paulo Freire, Donaldo Macedo; tradução Lólio Lourenço de Oliveira. - RJ; Paz e Terra, 1990.

Planejamento de Ensino

Porque argumentar positivamente sobre o Planejamento de Ensino?
Porque ele é fundamental para o professor no processo de ensino/aprendizagem. É o processo que consiste em preparar um conjunto de ações, prevendo os meios necessários para a sua execução, visando atingir objetivos definidos:
-um processo é uma atividade que tem uma sequencia, que é constituída, que envolve muitos métodos, técnicas, passos, momentos e operações.
-um conjunto de ações são as experiências de aprendizagem que serão vivenciadas pelas crianças e o professor na construção do conhecimento.
-meios são os recursos que serão utilizados no processo, visando atingir os objetivos previstos.
A formulação dos objetivos ajuda na elaboração de estratégias de ação, além de servir de critério para se saber em que medida foram alcançados.

São evidências quando me transporto para o cotidiano escolar, sem sala de aula, sem planejamento, mas com acesso a todos os alunos do E.F.. Sou Agente Educacional Interação com o Educando, circulo no meio dos alunos valorizando situações como a falta de algum professor.

Exemplifico a situação vivênciada hoje, dia 11-09-09:
Entrei na turma de 8ªsérie, no momento sem professor, e sem falar iniciei com gestos da língua de sinais. Todos ficaram em silêncio absoluto e me observaram, alguns riram. Então questionei se alguém conhecia os sinais. Todos estavam curiosos para saber do que se tratava. Traduzi então a meu primeiro gesto. "Eu estou aprendendo Libras". Perguntei, vocês gostariam de ver como escrevo meu nome? E representei os gestos do meu nome, nesse momento um aluno que estava quieto até então mostrou que também sabia seu nome na língua de sinais. Neste momento chegou a professora de Geografia para dar a sua aula.

Falar, Ler e Escrever...

Ler e escrever é um compromisso de todas as áreas do conhecimento.
Ler é produzir sentido. Ensinar a ler é contextualizar textos.
A língua falada se rege pela variação e aprenderam a falar ouvindo-a o dia inteiro por toda parte e tentando falar como falavam as pessoas ao seu redor.
A leitura só é possível se o leitor conseguir reconstituir o texto a partir das próprias experiências.
Em nossa sociedade atual, não basta apenas dominar as técnicas de leitura e escrita, mas é necessário saber fazer uso do ler e escrever, saber responder às exigências de leitura e escrita que essa sociedade faz continuamente.
O convívio com a língua escrita pode ter como consequências as mudanças na língua oral, nas estruturas linguísticas e no vocabulário.
As evidências desse argumento são facilmente encontrados nos alunos com práticas diárias de leituras de livros, jornais, revistas, etc. Também são frequentadores assíduos da biblioteca escolar a procura de novas obras.